terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Luz do Espiritismo (jan-fev/2013)


A paciência
Por: Rosângela Tonon

 A dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu.
Sede paciente, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e conseqüentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência.
A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.
Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinham de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, paciente, sede cristãos: esta palavra resume tudo.” (UM ESPÍRITO AMIGO, Havre, 1862)

Lendo com atenção a mensagem acima somos forçados a nos render a sabedoria contida na mensagem à luz da Doutrina dos Espíritos. A mensagem fala da Paciência nos convidando a vivenciá-la nas dificuldades, confiando em Deus, perdoando e nos esforçando no cumprimento do nosso dever.
A paciência é uma caridade, conforme nos ensina também a mensagem do Cap. 9 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. O mérito dessa caridade está em perdoarmos aqueles que Deus colocou em nosso caminho, para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência, o que considero um teste muito difícil.
O teste pode vir do parente difícil que mora dentro de nossa casa; do colega de trabalho que te persegue, do chefe opressor; ou do motorista que buzina atrás do nosso veículo. Manter a paciência nesses casos será sempre uma forma inteligente de conquistarmos a nossa tranquilidade íntima.
No entanto, nas mais diversas situações da vida, saber esperar e ter paciência são atributos raros. Quase todos querem ser atendidos primeiro, visto que, sob a sua ótica, o seu problema é mais urgente do que o dos demais.
Essa situação de total egoísmo, falta de educação e agressividade em relação ao seu semelhante, infelizmente, ocorre com uma frequência muito grande. Quantas vezes, independente da condição social, cultural ou religiosa temos a oportunidade de testar os nossos conhecimentos e o grau de assimilação aos ensinamentos religiosos, e, falhamos repetidamente.
Isso ocorre porque existe uma grande diferença entre o aprendizado teórico e a prática diária, sendo que, frente aos nossos semelhantes no dia-a-dia não praticamos os ensinamentos morais que conhecemos.
Jesus, o mestre por excelência, estabeleceu como lei a prática da doçura, da moderação, da afabilidade e da paciência, como os caminhos seguros para a conquista do equilíbrio entre as pessoas. A conquista dessas virtudes exige esforço e o reconhecimento das nossas imperfeições.

A paciência é uma virtude que se conquista diariamente. Ela nos dá a oportunidade de observar o mundo ao nosso redor, fazendo ver que existe muito mais além de nós mesmos.
Os ensinamentos que Jesus nos trouxe são claros em mostrar o caminho que conduz para a evolução espiritual. Mas, é necessário compreender que sem esforço não se conquista nada. Que para tornar-se uma pessoa de bem é preciso exercitar a paciência e a doçura, e, além de tudo, é entender que todos têm o direito de expressar as suas opiniões, mesmo que elas sejam diferentes das nossas.
A paz e o equilíbrio serão conquistados na medida em que nos esforçarmos para por em prática os ensinamentos de que já somos possuidores. É preciso, no entanto, boa vontade e perseverança, elementos essenciais na luta para vencer as imperfeições.

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