Novelas em foco
Por: Josieane Pena
O tema hoje é novela. Mas falar de novelas não é
comentar o capítulo do dia e nem quem é a mais malvada. Falar de novela,
principalmente no Brasil onde esse entretenimento é considerado paixão nacional,
é uma questão complicada. Pois os pólos opostos são bem contundentes, os que
amam novelas de um lado e os que odeiam de outro, cujo fundamento principal é o
de que essa causaria um emburrecimento na população, que se influencia por um
mundo de ficção, fantasiando o real.
Atualmente, nós
estamos acostumados com a liberdade que temos garantida pela Constituição da
Republica Federativa do Brasil, a CF/88 no Capítulo I ("Dos Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos"), incisos "IV – é livre a
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; [...] IX- é livre a
expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independente de censura ou licença;”.
Porém, antigamente
a historia nacional passou por um período “negro”, onde a população não tinha
voz e nem direito de falar o que pensava.
Esse período foi o da ditadura (1964-1985) onde os brasileiros tinham
que encontrar maneiras subversivas para demonstrar suas vontades, seja por meio
das músicas, teatros ou como o tema deste pequeno artigo, as novelas.
Nesse contexto, não
se podia demonstrar contrariedades contra o governo e nem falar de temas considerados
polêmicos, como sexo, homossexualidade e religião. Para se ter um exemplo, no
dia 27 de agosto de 1975, durante o Jornal Nacional, da Rede Globo, o
apresentador Cid Moreira informava que a novela Roque Santeiro, de Dias Gomes,
que estrearia após o telejornal, não iria mais ao ar devido à censura.
Hoje as maiorias
das novelas além de tratar de uma realidade sofrida pela sociedade como as
drogas, prostituição, criminalidade etc. deixou de lado a posição fantasiosa
para mostrar a realidade. Entretanto elas trazem os dois lados da moeda, no
mesmo momento que tratam do tráfico internacional de pessoas, mostra realidades
que não existem para a maioria das pessoas, por exemplo.
Mostram também de
uma maneira mais lúdica os direitos e deveres dos cidadãos, afim de que a
população mais simples também consiga entender. Um exemplo foi uma que passou recentemente
e trouxe noções de direitos em seu enredo, mostrando a vida das diaristas
brasileiras com um sonho de ter uma vida melhor. Nessa novela houve um enfoque nos
direitos trabalhistas, utilizando cenas da mesma como propaganda difusora
nacional.
O espiritismo
também se tornou alvo desse entretenimento de uns anos pra cá, sendo que a
primeira novela com cunho essencialmente espiritualista foi à regravação de “A
viagem” em 1994, onde era relatada uma visão da vida pós-morte.
Todavia, os
principais divulgadores do espiritismo não são favoráveis a tal entretenimento,
afirmando que essa não agrega nenhum conhecimento útil e benéfico aos assuntos
tratados, muitas vezes explorados à exaustão em busca de uma audiência
desmedida. Cenas de sexo, incitações maliciosas e um toque descabido de
exposição de corpos tidos como belos pelos nossos padrões de beleza, também são
utilizados com freqüência, que aumenta a medida que a audiência acusa diminuir.
Cabe a nós a
parcimônia de escolher se assistiremos ou não tal programa, utilizando sempre
do nosso livre arbítrio. Precisamos nos instruir sobre aquilo que estamos
vendo, não só na TV. Um pouco de conhecimento não faz mal a ninguém.
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