terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Atualidades (jan-fev/2013)


Novelas em foco
Por: Josieane Pena

O tema hoje é novela. Mas falar de novelas não é comentar o capítulo do dia e nem quem é a mais malvada. Falar de novela, principalmente no Brasil onde esse entretenimento é considerado paixão nacional, é uma questão complicada. Pois os pólos opostos são bem contundentes, os que amam novelas de um lado e os que odeiam de outro, cujo fundamento principal é o de que essa causaria um emburrecimento na população, que se influencia por um mundo de ficção, fantasiando o real.

Atualmente, nós estamos acostumados com a liberdade que temos garantida pela Constituição da Republica Federativa do Brasil, a CF/88 no Capítulo I ("Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos"), incisos "IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; [...] IX- é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença;”.

Porém, antigamente a historia nacional passou por um período “negro”, onde a população não tinha voz e nem direito de falar o que pensava.  Esse período foi o da ditadura (1964-1985) onde os brasileiros tinham que encontrar maneiras subversivas para demonstrar suas vontades, seja por meio das músicas, teatros ou como o tema deste pequeno artigo, as novelas.

Nesse contexto, não se podia demonstrar contrariedades contra o governo e nem falar de temas considerados polêmicos, como sexo, homossexualidade e religião. Para se ter um exemplo, no dia 27 de agosto de 1975, durante o Jornal Nacional, da Rede Globo, o apresentador Cid Moreira informava que a novela Roque Santeiro, de Dias Gomes, que estrearia após o telejornal, não iria mais ao ar devido à censura.

Hoje as maiorias das novelas além de tratar de uma realidade sofrida pela sociedade como as drogas, prostituição, criminalidade etc. deixou de lado a posição fantasiosa para mostrar a realidade. Entretanto elas trazem os dois lados da moeda, no mesmo momento que tratam do tráfico internacional de pessoas, mostra realidades que não existem para a maioria das pessoas, por exemplo.

Mostram também de uma maneira mais lúdica os direitos e deveres dos cidadãos, afim de que a população mais simples também consiga entender. Um exemplo foi uma que passou recentemente e trouxe noções de direitos em seu enredo, mostrando a vida das diaristas brasileiras com um sonho de ter uma vida melhor. Nessa novela houve um enfoque nos direitos trabalhistas, utilizando cenas da mesma como propaganda difusora nacional.

O espiritismo também se tornou alvo desse entretenimento de uns anos pra cá, sendo que a primeira novela com cunho essencialmente espiritualista foi à regravação de “A viagem” em 1994, onde era relatada uma visão da vida pós-morte.

Todavia, os principais divulgadores do espiritismo não são favoráveis a tal entretenimento, afirmando que essa não agrega nenhum conhecimento útil e benéfico aos assuntos tratados, muitas vezes explorados à exaustão em busca de uma audiência desmedida. Cenas de sexo, incitações maliciosas e um toque descabido de exposição de corpos tidos como belos pelos nossos padrões de beleza, também são utilizados com freqüência, que aumenta a medida que a audiência acusa diminuir.
Cabe a nós a parcimônia de escolher se assistiremos ou não tal programa, utilizando sempre do nosso livre arbítrio. Precisamos nos instruir sobre aquilo que estamos vendo, não só na TV. Um pouco de conhecimento não faz mal a ninguém.

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