Santo Agostinho
Por: Andreia Lima Paleari
Aurélio Agostinho nasceu em
Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano
354. Seu pai, Patrício, era pagão, tendo recebido o batismo pouco antes de
morrer. Sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa e exercia
sobre o filho uma notável influência religiosa.
A sua vida,
muito conhecida, torna-o perceptível também para muitos não-cristãos. Homem do
mundo, carnal, fez um longo esforço para encontrar a chave da inquietação que o
devorava. Primeiro maniqueu, depois platônico, finalmente convertido, num
célebre momento que ele mesmo contou com um gênio inimitável.
Santo
Agostinho não construiu um sistema filosófico completo, ainda que as idéias
básicas se mantenham constantes e acusem um claro predomínio platônico. Ele
mesmo começou a ler uma obra de Aristóteles e não pôde prosseguir. Talvez o
tenha afastado o estilo entrecortado, desencarnado, a falta dessa alma que
Santo Agostinho buscava em tudo. Santo Agostinho não parecia feito para
encerrar a realidade em categorias. A sua reflexão parte sempre da vida: das
coisas que se passam ao seu redor, das idéias dominantes, dos ataques contra a
fé, da interioridade da sua alma.
Ordenado padre em 391, e desde esse momento, no meio de muitas vicissitudes
críticas, carrega sobre si grande parte da responsabilidade da Igreja. Foi consagrado
bispo em 395, governou a Igreja de Hipona até à morte, que se deu durante o
assédio da cidade pelos vândalos, a 28 de agosto do ano 430. Tinha setenta e
cinco anos de idade.
Santo
Agostinho foi um homem do seu tempo. Versado em todas as artes clássicas, foi
sempre de grande habilidade, jogando com as palavras num malabarismo que
conseguia sempre escapar à superficialidade. Diríamos que o seu pensamento é
tão profundo que supera as habilidades do retórico.
"Nota: Dar-se-á venha SANTO AGOSTINHO demolir o que
edificou? Certamente que não. Como tantos outros, ele vê com os olhos do
espírito o que não via enquanto homem. Liberta, sua alma entrevê claridades
novas, compreende o que antes não compreendia. Novas idéias lhe revelaram o
sentido verdadeiro de algumas sentenças. Na Terra, apreciava as coisas de
acordo com os conhecimentos que possuía; desde que, porém, uma nova luz lhe
brilhou, pôde apreciá-las mais judiciosamente (...) Agora que o Cristianismo se
lhe mostra em toda a pureza, pode ele, sobre alguns pontos, pensar de modo
diverso do que pensava quando vivo, sem deixar de ser um apóstolo cristão.
Pode, sem renegar a sua fé, constituir-se disseminador do Espiritismo, porque
vê cumprir-se o que fora predito. Proclamando-o, na atualidade, outra coisa não
faz senão conduzir-nos a uma interpretação mais acertada e lógica dos textos.
(...)” O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. I Não vim destruir a lei.
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